O momento ápice de uma Sessão Magna Iniciática é inexoravelmente o juramento e a seguir a consagração, porquanto nos liga de forma definitiva com a Ordem. Juramento testemunhado por uma Assembleia de maçons, sob o olhar onividente do Supremo Arquiteto do Universo.
Referido juramento é sistematicamente renovado em todos os demais subsequentes, desde simples elevação até mesmo na posse de Grão Mestre, no qual, dentre outros compromissos, prometemos cumprir e fazer cumprir as Constituições Federal, Estadual e a Leis que nos regem e as quais prometemos defender.
Nos termos do artigo 77-II da Constituição Federal, compete privativamente ao Grão-Mestre Geral, definir e tornar pública a posição do Grande Oriente do Brasil nos momentos de crise e insegurança do País, com prévio referendo da Soberana Assembleia Federal Legislativa.
Dispõe a Constituição do GOB que somos uma Federação composta pelos Grandes Orientes Estaduais, Distrito Federal, Lojas e Triângulos de forma indissolúvel (art. 3º). Regidos pela Constituição Maçônica, agimos perante os problemas nacionais e humanos de maneira própria e independente(art.4º-IV).
Ou seja, no âmbito nacional, a competência de quem pode e deve manifestar publicamente acerca dos problemas nacionais cabe privativamente ao Grão Mestre Geral. Apenas na esfera estadual, o Grão Mestre do GOB-MT pode definir e tornar pública a posição do Grande Oriente do Brasil Mato Grosso (art.24-XIX da Constituição Estadual).
A despeito destas rigorosas disposições legais e juramentos prestados, é de extrema relevância destacar que, para nós homens livres e de bons costumes, o importante é o bem mais sagrado que conquistamos, que é o direito a liberdade. O livre pensamento está na alma do maçom e deve ser defendido com todas suas energias. Como dizia o grande filósofo François Marie Arouet(Voltaire): ...posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dize-la.
A propósito, a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito fundamental do ser humano é princípio básico de nossa Ordem, com a correlata responsabilidade.
Quem faz a maçonaria somos exclusivamente nós os obreiros da arte real. Por isso nós temos a maçonaria que nós mesmos queremos. Cabe aos maçons lutar contra o sectarismo político, religioso, racial e contra o obscurantismo e a tirania. Não devemos ser contra os governos, se são justos. Mas podemos e devemos ser favoráveis, na medida em que sejam eleitos pelo voto legítimo do povo eleitor, em nome de quem o poder deve ser exercido.
O maçom revela-se sobretudo pelo exemplo, através de suas ações; dentre elas, o acendrado amor à Pátria, à família e à humanidade; ser um cidadão prestante e de espírito público altruísta. Num Estado laico e democrático, a participação efetiva do povo é vital para manter a Pátria livre de autoridades e governantes ditadores facínoras e sem princípios que abusam da confiança do povo.
Portanto, meus irmãos, por dever de consciência, respeitadas as convicções e pensamentos contrários, como cidadão livre, firme no propósito de defender o pleno estado democrático de direito estarei pessoalmente sempre a pé e à ordem, como servidor da Ordem, da Pátria, da Família e da Humanidade, na defesa de nossos fins supremos de liberdade, igualdade e fraternidade.
Ivo Matias
Grão-Mestre Estadual
Grande Oriente do Brasil Mato Grosso